Desapropriação do terreno e da casa onde morou João Pedro Teixeira é comemorada pelos trabalhadores
O juiz da comarca de Sapé, Wladimir Alcebíades Marinho Falcão Cunha, concedeu nesta sexta (03), Imissão Provisória de Posse de dois imóveis no Sítio Antas do Sono, zona rural de Sapé.
O Estado da Paraíba impetrou uma ação de desapropriação de dois terrenos e da casa onde morou João Pedro Teixeira, líder das ligas camponesas na Paraíba, assassinado no dia 2 de abril de 1962. Com a desapropriação dos imóveis, o município de Sapé ganhará o Museu Histórico das Lutas Camponesas no Nordeste. A desapropriação foi uma solicitação da Organização Não-Governamental Memorial das Ligas Camponesas, juntamente com diversos movimentos sociais na Paraíba, ao governador Ricardo Coutinho.
O Governo do Estado da Paraíba já declarou de utilidade pública, para fins de desapropriação, um faixa de terra rural, com 2,28 hectares, do imóvel situado no Sítio Antas do Sono, no povoado de Barra de Antas, em Sapé, complementando os 4,83 hectares já declarados de utilidade pública através do Decreto nº 32.257 de 14 de julho deste ano. A casa de João Pedro fica localizada em um dos imóveis.
A casa onde morou João Pedro e Elizabeth Teixeira está precisando de restauração para manter as características históricas. No local também será construído um complexo para formação de agricultores e de visitação ao acervo de objetos, fotos e documentos das ligas camponesas que está sendo formado pela ONG, transformando o local em mais um roteiro histórico-cultural a exemplo do Memorial Augusto dos Anjos, também localizado em Sapé. O resgate histórico da memória das ligas camponesas é o principal objetivo da ONG, fundada em 2006, em Sapé.
O Governador Ricardo Coutinho visitou o local no último dia 02 de abril (2011), ocasião em que se realizavam as homenagens a João Pedro Teixeira. A data marcava 49 anos do assassinato do líder camponês no povoado de Barra de Antas. Naquele momento, o Governador demonstrou interesse em resgatar a história das ligas camponesas, se prontificou em desapropriar o local e trabalhar junto com a ONG no sentido de transformar o imóvel no museu.
Em abril deste ano, a ONG e os movimentos sociais farão um grande evento para lembrar meio século do assassinato de João Pedro Teixeira, e até lá os trabalhadores esperam que todo o processo de desapropriação esteja concluído para que a data seja um marco na história das ligas camponesas.
Por Jorge Galdino