“Porque a personalidade de João Pedro não só para a classe trabalhadora, para a luta, mas também como esposo, como pai, era uma pessoa, (…) mas eu não sei nem sequer explicar melhorar aquela personalidade. Ele nunca deixava assim de chegar, me abraçar: – ‘Minha filha, estou aqui, estou com os meus filhinhos, do seu lado, apesar de tanta violência, mas estou aqui, presentes, minha filhar, e vamos dormir em paz!’. Era uma pessoa assim, de muito carinho, de muito amor para com a mulher, para com os filhos. Dizia que a satisfação dele era que os filhos estudassem, se formasse, fossem umas pessoas formadas neste país, neste Brasil. Era uma pessoa muito coerente, muito amoroso à família… ‘Sei, minha filha, que vão tirar a minha vida; a luta continua, a luta dos trabalhadores continua. Minha filha, continua a minha luta? Você dá continuidade à minha luta?’ (…) Eu nunca tive respostas para dar ao João Pedro; nesses momentos, eu baixava a cabeça, as lagrimas caíam dos olhos, ficava assim…”
Elizabeth Altino Teixeira