A líder das ligas camponesas, Elizabeth Altina Teixeira, recebeu na noite da última sexta-feira (12) a Medalha do Mérito Universitário, ortogada pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). O evento aconteceu no auditório do Centro de Educação da UEPB, em Campina Grande, e contou com a presença do governador Ricardo Coutinho, da reitora Marlene Alves, do chefe de gabinete da reitora e coordenador do evento, professor José Benjamim Pereira Filho, secretários de Estado, professores, alunos e admiradores da homenageada e da luta pela terra. O prefeito de Sapé foi representado pelo chefe de Gabinete, Jorge Galdino e pelo Diretor de Transportes, Vando Ribeiro.
A Ong – Memorial das Ligas Camponesas, também se fez presente ao evento. A entidade está pleiteando a desapropriação da casa onde morou Elizabeth Teixeira e João Pedro Teixeira para a construção de Memorial das Ligas Camponesas. No evento, o governador Ricardo Coutinho passou às mãos de Elizabeth o decreto de reconhecimento de utilidade pública de 4,83 hectares do terreno onde está localizada a casa que brevemente será desapropriada pelo Governo do Estado para a construção do Memorial.
O coordenador do evento falou da importância da presença de Elizabeth Teixeira naquela noite em Campina Grande e do merecimento da outorga da medalha. Em sua fala, a reitora lembrou do aniversário de morte da líder sindical Margarida Maria Alves – assassinada em 12 de agosto de 1983, na cidade de Alagoa Grande – e disse que, naquele dia, era hora de celebrar a luta de todos os trabalhadores. Ela convocou todos a participarem da Marcha das Margaridas, que levará milhares de trabalhadores do campo e da cidade à Brasília (DF), nas próximas terça (16) e quarta-feira (17).
O governador Ricardo Coutinho destacou a presença da UEPB como “universidade viva, em atos como este” e que há muito a construir. “É fundamental sabermos da história da Paraíba e de uma ditadura que marcou o Estado e desarticulou um dos mais importantes movimentos, que foi a Liga Camponesa”, disse o governador.
A homenageada contou sua trajetória de esposa de líder das ligas camponesas, lembrando que, com o assassinato de João Pedro Teixeira, assumiu a liderança deste movimento em Sapé com 11 filhos. Elizabeth Teixeira disse também que foi presa pela ditadura militar e, depois de solta, fugiu para o Rio Grande do Norte, onde trabalhou como lavadeira e ficou escondida com o nome de Marta Maria da Costa.
Se sentindo “tão cansada pela história”, disse estar lisonjeada pela presença de todos e do governador do Estado. “Ele veio aqui ver esta velha”, falou a lúcida senhora de 86 anos. “Espero que a luta pela terra continue”, finalizou.
O governador Ricardo Coutinho anunciou que o Governo do Estado está desapropriando a terra onde viveu Elizabeth e João Pedro Teixeira para construir um Memorial das Ligas Camponesas e que irá articular com estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte para reviver o trajeto das ligas camponesas.
Conhecer mais a história desta grande mulher!