Artigo de Célio Diego BONI e Elisangela Francisca SILVA
O estudo sobre personagens históricos nos leva a entender alguns processos, inclusive os educativos, dentro e fora das escolas, assim iremos apresentar o advogado, intelectual e ativista, dos direitos dos trabalhadores rurais das ligas camponesas criadas em Pernambuco entre as décadas de 1950 e 1960, Francisco Julião, com foco em situa-lo como um educador social, a partir de suas ações, agindo de maneira didática junto ao campesinato, buscando informar e causar uma formação política, lutando pela diminuição da exploração dos camponeses que sofriam no período de total declínio dos engenhos de açúcar. A discussão realizada traz o movimento social rural, como um instrumento de mudança, partindo de pequenas reivindicações, como o enterro digno de seus mortos, até a tão sonhada reforma agrária, divulgada de forma incisiva na frase “Reforma agrária na lei ou na marra”, ditas várias e várias vezes por Julião, em seus discursos, mesmo no Congresso Nacional. A partir destas discussões, apresentar um de seus escritos mais divulgados, a sua carta-testamento escrita no cárcere, “Até Quarta, Isabela!” onde ele poetiza sua biografia, buscando retirar todo o rancor de seus escritos criando nesta um processo de apresentação do que houve no Brasil, durante o período em que esteve à frente das Ligas, até o momento em que é preso como subversivo durante a Ditadura Militar. Portanto, todo o processo de pesquisa tem o objetivo principal de classificar as ações de Francisco no papel de um Formador e Educador, no espaço em que atuava.